II Cine Debate discute a polêmica da eutanásia
No dia 20 de junho ocorreu o II Cine Debate, realizado pelo Diretório Acadêmico Dr. Jésus Ribeiro Pires (DA-JEP), da Universidade do Vale do Sapucaí (Univás). Com o objetivo de discutir o filme Você não conhece Jack (You Don't Know Jack), o evento recebeu alunos, professores e pessoas da comunidade com pipoca e refrigerante para acompanhar o longa metragem que conta a história do médico americano, Jack Kevorkian, responsável por praticar a eutanásia em pacientes terminais, após encontrar uma brecha na lei nos anos oitenta.
Após a exibição do filme houve um debate liderado pelos professores Francisco José de Oliveira, Virgínio Cândido Tosta de Souza e Viviane Vianna Andrade Fagundes. O tema abordado foi "A eutanásia e suas implicações psíquicas, jurídicas e éticas no contexto brasileiro". As exposições abordaram questões de vários âmbitos da sociedade.
O primeiro a falar foi o Defensor Público e professor da Faculdade de Direito do Sul de Minas (FDSM), Francisco de Oliveira, que comparou as leis dos Estados Unidos e do Brasil e ressaltou as implicações jurídicas do suicídio assistido. Ele explicou que analisar e classificar uma doença como sendo terminal para ela se encaixar em uma lei sobre a liberação da eutanásia é muito difícil, principalmente devido a divergências de opinião e a polêmica em torno do assunto na comunidade científica, religiosa e política. Para Oliveira é essencial discutir-se o assunto. O médico e professor da Univás, Virgínio de Souza, destacou a importância do estudante de medicina conhecer com propriedade as questões éticas da profissão, desde o primeiro ano de faculdade. Para ele é de suma importância inserir-se a bioética do primeiro ao quinto ano do curso de medicina, afim de o estudante não perder o foco dos valores médicos. Ele ainda levantou a questões do Código de Ética Médica e o que é permitido ao profissional fazer para melhorar a qualidade de vida do paciente terminal.
A psicóloga e também professora da Univás, Viviane Fagundes, abordou os motivos que levam uma pessoa a pensar no suicídio, apresentando algumas teorias de Freud, entre elas a de que o ser humano quando sente que outras pessoas desejam a sua morte, prefere ele mesmo dar fim à própria vida, de forma a manter o controle da situação. As implicações da depressão como o sentimento de dependência e a sensação de rejeição foram alguns dos pontos destacados como agentes para levar um paciente a pensar em morrer.
A importância de tratamentos paliativos para melhorar o sofrimento e a qualidade de vida dos pacientes foram uma constante durante todo o debate.
Izabella Campos Ocáriz Ascom/Fuvs
Confira a cobertura fotográfica do evento
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