HCSL é referência em controle de Influenza no Brasil
O Hospital das Clínicas Samuel Libânio (HCSL) foi indicado pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais para ser um Sentinela, no sul de Minas Gerais, para o programa de Vigilância Epidemiológica Sentinela da Influenza no Brasil, por ser um centro de referência no Estado. Ele está credenciado desde o dia 16 de dezembro de 2010.
A Vigilância Epidemiológica Sentinela da Influenza no Brasil foi implantada pelo Ministério da Saúde e Fundação Nacional de Saúde (Funasa), a partir da necessidade de monitorar a doença no mundo. A ação contribui para a produção de vacinas de prevenção da gripe. Os laboratórios que realizam as análises são credenciados e coordenados pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
A enfermeira do setor de epidemiologia do HCSL, Maria Emília da Consolação Pinto, explica que, sendo um Sentinela no Brasil, toda semana o HCSL precisa mandar, no mínimo, cinco amostras de nasofaringe (células nasais) ou swab combinado dos pacientes com quadro de gripe que tenha se estendido de três a sete dias. As amostras são encaminhadas para a Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Pouso Alegre e de lá seguem para Fundação Ezequiel Dias (FUNED), onde é feita a imunofluorescência. Dentro de 24h todo o processo, até a entrada do material para análise, tem que ocorrer para as amostras continuarem adequadas. A ação é feita com incentivo do governo do Estado enviado à prefeitura de Pouso Alegre, responsável por repassar o recurso para o HCSL.
O resultado das análises que detectam vírus de gripe como Influenza A, Influenza B, Parainfluenza, Adenovírus ou Vírus Respiratórios Sincial nos pacientes demora de sete a dez dias para chegar, no entanto, o doente com suspeita da enfermidade já é isolado. Quando da chegada dos resultados, no caso do paciente estar internado no HCSL, a informação é repassada ao médico. O paciente externo precisa retornar ou telefonar para saber os resultados. Todos os casos positivos são informados à SRS de Pouso Alegre que notifica o Estado e a Secretaria de Saúde do município de que o paciente é originário. Caso o resultado chegue após o óbito do paciente, a família deve ser notificada pela vigilância epidemiológica do município de origem dele.
Além de colher material de pacientes com suspeita de gripe para amostra, o HCSL envia semanalmente ao Ministério da Saúde, através do Sistema de Informações da Vigilância Epidemiológica da influenza no Brasil, o SIVEP-GRIPE, os dados referentes ao número total de atendimentos por síndrome gripal. Do dia 17 ao dia 23 de junho, 3.362 pacientes foram atendidos no pronto socorro, SUS e particular do HCSL. Dentre eles, 852 tinham sintomas gripais. Em 2011, das 161 amostras coletadas 17 foram positivas para gripe. Para aperfeiçoar-se no programa a enfermeira Maria Emília participou, entre os dias 19 e 21 de junho, da Oficina Nacional Sobre o Fortalecimento da Vigilância de Influenza no Brasil.
O Coordenador de Epidemiologia da Superintendência Regional de Saúde de Pouso Alegre, Mário Tarcísio Faria, esclarece que a vacina da gripe é produzida de acordo com o vírus circulante no inverno do hemisfério oposto, por isso a importância da Vigilância Epidemiológica Sentinela da Influenza, a partir dela o Ministério da Saúde elabora o plano de vacina que imuniza o grupo que mais fica doente, chamado grupo de risco (neste caso, grávidas, idosos, bebês e profissionais da saúde). Quando o grupo de risco é imunizado, ele acaba por proteger quem menos fica doente, porque não espalhará o vírus, diminuindo o contato dele com outros grupos. Faz-se uma estratégia de controle da vacina.
Os pacientes com pneumonia ou síndrome respiratória aguda grave também tem material colhido pelo HCSL para pesquisas da vacina de pneumonia. Todos os cidadãos que estiverem em seu terceiro dia de gripe, podem dirigir-se ao Hospital para fazer a coleta. Os sintomas da gripe incluem febre, calafrios, tosse, coriza, dor de garganta, dor de cabeça e dor muscular. O ideal é prevenir a gripe lavando as mãos com água e sabão frequentemente ou utilizando álcool gel; não compartilhando objetos de uso pessoal, evitando tocar nos olhos, boca e nariz, evitando permanência prolongada em locais sem ventilação e tampando boca e nariz ao tossir e espirrar.
A campanha de vacinação contra a gripe continua até o dia 30 de junho e engloba os grupos com mais chances de adquirir a doença. Os postos de saúde estão aplicando a vacina em crianças de seis meses a dois anos, idosos, gestantes e profissionais da saúde.
Por Izabella Campos Ocáriz Asom/Fuvs
Confira alguns dados do HCSL
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