Terceiro dia da Semana Médica aborda HPV e cuidados paliativos Na última quarta-feira, dia 3 de outubro, aconteceu o terceiro dia de palestras da Semana Médica na Universidade do Vale do Sapucaí (Univás), às 19h, no anfiteatro da Instituição. A mesa redonda com o tema "HPV - Diagnóstico e prevenção" foi composta por quatro palestrantes.
A primeira a se apresentar foi a patologista e assessora médica científica de vacinas, Ana Paula Torres Cardoso, que tratou da vacina contra o HPV. Ela afirmou que a vacina é um bom método para evitar alguns tipos de HPV e o tipo quadrivalente é inclusive indicada para homens, muito menos vulneráveis ao vírus do que as mulheres, mas potenciais transmissores da doença: 70% do parceiros sexuais de mulheres infectadas foram positivos para o HPV. No Brasil, a vacina quadrivalente contra o HPV é indicada para homens e mulheres entre os 9 e 26 anos. Nos dois sexos previne verrugas genitais e em mulheres também previne infecções, alguns tipos de câncer e lesões precursoras. De acordo com estudo norte-americano no início da atividade sexual as mulheres são muito mais suscetíveis à doença. Ao ano são registrados 530 mil novos casos de câncer relacionados ao HPV em mulheres.
A ginecologista oncológica e professora de Ginecologia e Obstetrícia da Univás, Lilyana Coutinho Resende Barbosa, apresentou os "Métodos convencionais de diagnóstico do câncer de colo do útero e lesões precursoras". A médica abordou principalmente a importância do exame chamado Papanicolau, que detecta o HPV em mulheres. No Brasil ele é indicado anualmente a partir dos 25 anos de idade e de três em três anos após dois exames anuais negativos. A vantagem desse método é de ter baixo custo, ser indolor e pouco agressivo.
"Citologia de Meio Líquido" foi o subtema discutido pela médica patologista e docente da Univás, Fiorita Gonzales Lopes Mundim. Ela explicou que esse é um método mais caro para detecção de HPV, principalmente porque utiliza um filtro de valor muito elevado, no entanto, tem resultados melhores de acordo com estudos feitos na Escócia. No Brasil, 44% dos casos de câncer de colo do útero são detectados em fase inicial, o que aumenta as chances de cura para até 100%.
O último a se pronunciar foi o professor de patologia da Univás, o médico Rogério Mendes Grande, que abordou o "PCR - Hibridização 'in Situ' e Captura Hibrida", que são métodos moleculares de identificação do HPV. A captura híbrida necessita de escova e meio líquido adequados; já a hibridização 'in situ' utiliza de material emblocado que não afeta a qualidade do exame.
Ao final da mesa-redonda, a psiquiatra e professora Maria das Graças Mota Cruz de Assis Figueiredo falou da importância de cuidados paliativos em pacientes sem chance de recuperação. Ela afirmou que os médicos ainda são resistentes aos cuidados paliativos, que são os métodos aplicados para que o paciente terminal tenha qualidade de vida até a morte e ressaltou: "a cura é importante quando ela ainda pode ser feita". Para Maria das Graças o problema é que os médicos em geral tem preferido os pacientes sozinhos, que não desviem do assunto de sua doença, acrescentando que é desconfortável a maneira como o médico tem que fazer medicina hoje, porque a tecnologia substituiu o contato com o paciente e isso é um erro. Ela diz que "dá pra ser humano na cidade grande e na cidade pequena, porque esse é o único caminho para ser feliz".
Por Izabella Campos Ocáriz Ascom/Fuvs
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