Câncer colorretal e infarto são os temas de encerramento da Semana Médica
"Câncer colorretal, estratégias de prevenção e métodos diagnósticos" foi o tema da primeira palestra da noite de quinta-feira, 4 de outubro, da 43ª Semana Médica da Universidade do Vale do Sapucaí. Quem ministrou a conferência foi o chefe do Serviço de Coloproctologia da Universidade de Campinas (Unicamp) e docente da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, professor Cláudio Saddy Rodrigues Coy.
O proctologista esclareceu que vem aumentando o número de casos de câncer colorretal em países industrializados nos últimos 30 anos, principalmente devido ao alto consumo de carne. Nos EUA, por exemplo, surgem 145 mil novos casos de câncer colorretal por ano, sendo a doença a segunda maior causa de óbito do país, chegando a 50 mil ao ano.
No Brasil o câncer colorretal é o segundo mais freqüente entre as mulheres e o terceiro entre os homens. Segundo pesquisas com a base populacional da cidade de Campinas-SP, 14 em cada 100 mil mulheres apresentam a doença. Essa proporção é bem parecida para os homens: 15/100 mil.
Alguns sintomas da doença são a alteração do hábito intestinal, sangramento ao evacuar, anemia, emagrecimento e dor abdominal tipo cólica. O diagnóstico depende de exame clínico e colonoscopia.
São mais vulneráveis ao câncer colorretal pessoas que se alimentam mal, maiores de 50 anos, sedentários e tabagistas. Pessoas com histórico familiar e de adenomas (tumor benigno de origem glandular) também são mais propensas.
Cládio Coy sugere que essa doença seja rastreada no Brasil em pessoas menores de dez anos com antecedentes familiares e maiores de 50 anos. O rastreamento pode se feito a partir de testes fecais que são baratos, acessíveis e pouco invasivos como o modelo implantado na Unicamp. A justificativa é a gravidade da doença, sua baixa sobrevida (58%), alta freqüência e a grande possibilidade de prevenção.
Dando continuidade às atividades da 43ª Semana Médica, a médica emergencista do Serviço de Atendimento Móvel Urbano de Campinas, graduada em Medicina pela Univás, Fernanda Drouet, apresentou o tema "Novas perspectivas no tratamento do infarto agudo do miocárdio - Trombólise no atendimento pré-hospitalar".
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, ocorrem 7 milhões de mortes por Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) por ano e a Doença Arterial Coronariana (DAC) é a principal causa de óbito fora do ambiente hospitalar.
O SAMU de Campinas realiza trombólises desde 2008 e até 2012 já recebeu chamados de 1557 casos de dor toráxica, típica do IAM. Desses, 63% eram mulheres, mas apenas 30% delas foram trombolisadas, sendo que dos 37% de homens, 70% foram trombolisados.
O tempo é o inimigo de uma pessoa que está sofrendo infarto, a demora para perceber a necessidade de ajuda dura em média 2h e para se fazer a trombólise (procedimento de dissolução de um coágulo na corrente sanguínea) é ideal que a dor tenha até 3h, de preferência ela deve ser feita nos primeiros minutos.
Devido a esses fatores, é necessário que o profissional que realiza trombolise seja rápido e hábil. Fernanda ressaltou que é necessário criar a especialidade do emergencista, um profissional que necessita ter perfil diferenciado e jogo de cintura para tomar decisões rapidamente sob pressão.
Encerrando as atividades da Semana Médica, ocorreu um coquetel no Buffet Viena, com a participação da Banda Doctor Xip que animou os convidados.
Por Izabella Campos Ocáriz Ascom/Fuvs
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