Capelão do Hospital Samuel Libânio é nomeado monsenhor
O capelão do Hospital das Clínicas Samuel Libânio (HCSL), monsenhor José Catarino Umbelino recebeu, na última quinta-feira, 25 de outubro, às 19h, na Catedral Metropolitana do Bom Jesus, as insígnias de monsenhor capelão de Sua Santidade, o papa Bento XVI. A cerimônia foi conduzida pelo arcebispo metropolitano de Pouso Alegre, dom Ricardo Pedro Chaves Pinto Filho.
Na cerimônia dom Ricardo Pedro falou de como é bom o monsenhor José Catarino ser agora condecorado, pois ele contribuiu de modo eficiente com a possibilidade de a igreja conseguir conduzir o rebanho de Deus até nosso Senhor, Jesus Cristo. "Durante a vida o padre exerce o ministério e padre Catarino viveu a fé profunda, exercendo a vontade do Senhor", completou. Dom Ricardo Pedro explica que o monsenhor trabalhava tentando levar todo o povo a Jesus e passou por dificuldades sem nunca reclamar, dizendo ainda que Deus gosta das coisas humildes e simples, sem arrogância e é nisso que enxerga o mérito do monsenhor Catarino: "ele recebeu essa graça por mérito no serviço sacerdotal".
Em seu discurso, monsenhor José Catarino esclareceu que um misto de amor e alegria invadiram seu coração e ofereceu ao Senhor sua eterna gratidão: "apesar de minhas fraquezas, me fez seu servidor. (...) Que seu nome seja proclamado em toda extensão do universo e espero estar cada vez mais unido a ele pela oração", afirmou. Ele também agradeceu com fraternidade o arcebispo Ricardo Pedro que o indicou para, como disse, esse honroso título.
Monsenhor Catarino ponderou: "não considero uma promoção, vejo um apelo missionário" explicando sua posição com uma paráfrase do evangelho a qual diz que quem deseja ser maior, deve ser um servidor de todos. Ele ainda agradeceu aos familiares e especialmente aos pais que lhe deram educação humana e espiritual: "se sou padre é devido às orações em família". Por fim, ele usou as palavras de Jesus que dizem ser maior a alegria na glória e orou: "que Deus os abençoe por esse gesto de amizade e dedicação".
História Monsenhor José Catarino recebeu a notícia da distinção pontifícia no último dia 20 de julho, quando o arcebispo metropolitano, dom Ricardo Pedro, comunicou oficialmente ao padre José Catarino sua nomeação, pelo papa Bento XVI, como monsenhor. Trata-se de um reconhecimento àquele que exerce as funções de capelão do Hospital das Clínicas Samuel Libânio (HCSL) e vigário paroquial na Catedral Metropolitana, em Pouso Alegre.
Monsenhor é o título dado a um sacerdote católico que pelos serviços prestados à Igreja, bem como pelos seus méritos pessoais, é reconhecido pelo próprio papa como exemplo de obediência às autoridades eclesiásticas e trabalho pastoral em benefício do povo. Os monsenhores, ainda que não recebam com sua nomeação um cargo, propriamente dito, passam a integrar o anuário pontifício e têm precedência entre os outros sacerdotes.
Monsenhor José Catarino é natural de Itajubá (MG) e já exerceu seu ministério em diversas localidades, inclusive em Roma, na Itália. Nascido no seio de uma família profundamente católica e de grande atuação na vida da Igreja, desde a tenra idade deu sinais de vocação sacerdotal. Dificuldades impediram-no de ingressar no Seminário Nossa Senhora Auxiliadora, da diocese de Pouso Alegre, como desejava.
Em 1955, como perseverasse no desejo de responder à sua vocação, dom Oscar de Oliveira, bispo coadjutor e administrador "sede plena" de Pouso Alegre, encaminhou-o para participar da fundação do Mosteiro de Santa Maria de Serra Clara, hoje Mosteiro de São Bento de Pouso Alegre, inicialmente na cidade de Delfim Moreira (MG). Neste período auxiliou dom Pedro Celestino de Barros Moraes.
Ainda que integrado perfeitamente na vida monástica beneditina, o grande rigor e as privações que marcaram os primeiros tempos do novo Mosteiro de Santa Maria de Serra Clara fizeram por combalir gravemente a saúde do jovem José Catarino. Vendo-se ele, por esse motivo, obrigado a deixar o mosteiro. Continuou a residir em Delfim Moreira, em companhia do pároco local, padre Arlindo Giacomelli.
Parcialmente restabelecida a sua saúde optou por continuar seu caminho na vida religiosa em outra congregação, sendo indicado ao monsenhor Januário Baleeiro de Jesus e Silva, que no ano de 1955 fundara a Congregação dos Oblatos de Cristo Sacerdote. Identificando-se com o carisma da nova congregação, que unia a vida comunitária, de estilo monacal, com o trabalho apostólico, ingressou na mesma no ano de 1969. Realizou nessa congregação todas as etapas da formação eclesiástica, quer religiosa, quer sacerdotal. Sua eminência, o cardeal dom Carlos Carmelo de Vasconcelos Mota, primeiro arcebispo de Aparecida, protetor e grande benfeitor da Congregação dos Oblatos de Cristo Sacerdote, indicou-o para um trabalho especial na Nunciatura Apostólica do Brasil, solicitado pelo núncio de então, dom Carmine Rocco. Permaneceu servindo a nunciatura até sua ordenação sacerdotal, em dezembro de 1978, por dom Antônio Ferreira de Macedo, arcebispo coadjutor de Aparecida.
A serviço da Congregação dos Oblatos de Cristo Sacerdote esteve à frente de muitos trabalhos no Brasil e no exterior, inclusive em Roma, como vigário paroquial e pároco. Como atuou em diversas paróquias da diocese de Leopoldina foi convidado pelo bispo local na época, dom Ricardo Pedro Chaves Pinto Filho, para que se integrasse juridicamente ao clero da mesma. Sendo aí incardinado, exerceu profícuo apostolado em diversas outras paróquias e campos de atuação.
Em 1996, transferiu-se para a sua arquidiocese de origem, o que coincidiu com a necessidade de dar assistência à sua mãe gravemente enferma. Concluídos os expedientes canônicos foi incardinado no clero da Arquidiocese de Pouso Alegre, na qual exerceu o ofício de pároco em diversas paróquias.
O monsenhor Catarino é muito querido em nossa cidade, amigo de todos, sobretudo os mais humildes, e disponível no serviço de todos. Tem contribuído decisivamente para o crescimento espiritual e material de Pouso Alegre, quer nos trabalhos na paróquia da Catedral, quer nas atividades junto ao HCSL.
Por Izabella Campos Ocáriz e Lucas da Silveira Ascom/Fuvs
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