Projeto Fazendo Arte da Univás realiza palestras
Ontem, dia 29 de outubro, o Projeto Fazendo Arte, encabeçado por acadêmicos da Universidade do Vale do Sapucaí (Univás), realizou uma noite de palestras voltada aos alunos da área de saúde.
A primeira palestrante da noite foi a professora da Universidade de Alfenas (Unifenas), Renata Santinelle, que falou sobre a abrangência e os desafios do Projeto Rondon, um programa de integração social com participação voluntária de universitários, coordenado pelo Ministério da Defesa. Ela explicou que o segredo do Projeto é ir até o local determinado, executar as ações e aprender a aplicar na realidade de cada um.
O objetivo do Projeto Rondon, segundo consta em sua página na internet, é contribuir para a formação do universitário como cidadão, estimular a produção de projetos coletivos locais em parceria com as comunidades assistidas, bem como integrar o universitário ao processo de desenvolvimento nacional e consolidar nele o sentido de responsabilidade social, coletiva, em prol da cidadania, do desenvolvimento e da defesa dos interesses nacionais.
Durante a seleção os alunos criam uma proposta de ação que envolve pesquisa, escrita e convivência, depois passam por avaliação psicológica. Para executar as ações, os universitários selecionados são divididos em dois conjuntos. O conjunto A engloba os temas saúde, educação, cultura, direitos humanos e justiça. O conjunto B leva a comunicação, meio ambiente, trabalho e tecnologia e produção.
Segundo Renata, para entrar tem que querer muito, ter facilidade de adaptação a outros meios, tem que gostar de gente, saber conviver com outras pessoas, ser animado, proativo e saber suportar o calor, porque geralmente as regiões são muito quentes. Outro ponto importante é saber obedecer, porque o rondonista responde ao Ministério da Defesa e precisa acatar todas as suas decisões.
Já é o terceiro ano seguido que a Unifenas participa do Projeto Rondon e antes de mandar seus alunos para a seleção nacional faz uma pré-seleção. Em 2011, para o Rondon no Piauí, 68 alunos se inscreveram, em 2012 foram 125 inscritos para o trabalho no Maranhão e em 2013 196 fizeram inscrição para a ação na Bahia. A Univá pretende chegar a esses níveis também.
A acadêmica do oitavo período do curso de Medicina da Unifenas, Débora Teixeira, reforça que o projeto não é uma viagem de férias e que é necessário tentar fazer a diferença; já Thaygra Assunção, sua colega de turma, acredita que se o estudante conseguir plantar a semente da esperança em, pelo menos, uma pessoa, já valeu a pena, porque ele vai voltar melhor do que foi. Para a aluna do curso de Agronomia da Unifenas, Larissa de Ávila Barbosa, a primeira academica da área a ser selecionada para o projeto Rondon, o único objetivo é ajudar, "a gente mais traz do que leva", disse ela.
Dando continuidade às atividades da noite, a acadêmica da Faculdade de Medicina de Itajubá (FMIt), Paloma Ferreira, apresentou as atividades do Projeto Humanizarte, que por meio da arte leva um pouco de conforto a pacientes internados no Hospital Escola de Itajubá (HE), com o objetivo de promover a saúde mental do indivíduo, trabalho semelhante ao da Liga Gumpi da Univás.
O Projeto começou em 28 de março de 2006, tem duração indefinida e seleção anual. São cinco grupos de alunos, divididos por cores, que se revezam para os trabalhos no HE. Eles levam humor e esperança aos doentes, realizando os trabalhos nos fins de semana. Assim, os acadêmicos aprendem como confortar o paciente, porque diferente da cura, confortar é sempre possível. Todos os membros do projeto têm orientação psicológica e musical.
Segundo Paloma, os doentes se sentem bem com o trabalhos do Projeto Humanizarte e um dos motivos é a possibilidade de escolha. Eles escolhem se querem ou não a presença do palhaço em um ambiente onde tudo é imposto a eles: a hora do banho, do remédio, da alimentação, etc. Para conhecer acesse: humanizarte.blogspot.com.br.
A última convidada a palestrar foi a docente da FMIt, Graça Mota Figueiredo, que tratou sobre a comunicação com o paciente hospitalizado. Ela lembrou que o doente nunca está em seu momento de conforto e sua individualidade fica em casa, tornando a situação ainda mais difícil. É imprescindível ter cuidado ao passar informações ao paciente e é possível sim encontrar o modelo de boa comunicação. Uma das prerrogativas é não chamar o paciente com outro nome que não o dele, outra é ter cuidado com o toque, pois existem regiões proibidas. É muito importante também não ter vergonha de pedir ajuda diante de uma dúvida ou dificuldade, essa atitude facilitará a relação com o paciente.Graça aconselha em metáfora: "faça como os orientais, em respeito ao outro deixe seus sapatos do lado de fora".
Por Izabella Campos Ocáriz Ascom/Fuvs
Confira a cobertura fotográfica do evento
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