9ª Jornada Universitária Farmacêutica prima pela atualidade de suas palestras Desde o dia 5 de novembro, ocorre a 9ª Jornada Universitária Farmacêutica (9ª Jufar), promovida pelo curso da Farmácia da Universidade do Vale do Sapucaí (Univás). O primeiro e segundo dias do evento abordaram temas atuais instigando os alunos a se prepararem cada vez melhor para o mercado de trabalho. A abertura reservou algumas surpresas para os participantes.
A professora homenageada da 9ª Jufar foi Carmem Maria Paes Abrahão que recebeu uma serenata dos alunos. Ela se emocionou com o gesto e agradeceu aos acadêmicos, ao ex-professor da Univás, Flávio, à colaboradora da Instituição, Neuci, aos seus familiares e pela oportunidade de ter vindo para Pouso Alegre. A professora finalizou a sua fala dizendo que a verdadeira missão do farmacêutico é manter a relação médico/paciente a mais confiável possível.
No ano de 2012, o curso de Farmácia da Univás completa dez anos, mais um motivo para comemoração na 9ª Jufar que recordou alguns momentos dessa caminhada em um vídeo com depoimento de professores, ex-alunos, diretora e ex-diretor da Univás, além do diretor executivo da Fundação de Ensino Superior do Vale do Sapucaí (Fuvs). Ao final o reitor, professor Félix Carlos Ocáriz Bazzano, também deixou seu recado aos alunos e professores dizendo que o curso de Farmácia é um dos melhores da Instituição graças ao pulso firme de seu coordenador, professor Pythágoras de Alencar Olivotti, e da dedicação de seus acadêmicos que terão a oportunidade de provar a qualidade do curso no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) e também na avaliação do Ministério da Educação (Mec).
O coordenador do curso de Farmácia preparou algumas palavras para os alunos contando um pouco da história da profissão que no Brasil veio como herança de Portugal e somente no século XVIII foi formalizada em boticários. Ele cita um personagem do romance Dona Flor e Seus Dois Maridos , do autor Jorge Amado, o farmacêutico conhecido como Dr. Teodoro, um símbolo de respeito. Pythágoras lembra que o farmacêutico é um profissional da saúde e deve zelar pelo seu paciente, por isso também é tão importante a fiscalização da venda de medicamentos pelos órgãos competentes do governo.
A primeira palestra da semana ficou a cargo do pesquisador brasileiro na Antártica, Edson Rodrigues, também professor da Universidade de Taubaté (Unitau). Sua apresentação tratou do tema "Bioprospecção Farmacêutica na Antártida- Pontos Quentes na Adaptação ao Frio".
A bioprospecção é a descoberta e comercialização de novos produtos derivados de fontes biológicas. Normalmente essas descobertas resultam do conhecimento popular, como se pode comprovar com o histórico mundial. Quando em 1897 a Bayer sintetizou o AAS já havia estudos de Hipócrates do século V a.C. e de Edward Stone que fez a descrição médica em 1767.
A bioprospecção na Antártida foi motivada pela falta de conhecimento sobre a Biota e suas condições extremas de frio. O maior risco da bioprospecção na Antártida é a falta de controle, pois esse é um continente sem dono tido como patrimônio da humanidade e regulamentado por um Tratado que teve início em 1959 quando determinou que apenas os países com bases científicas instaladas na Antártida poderiam explorar o continente. Em 1975, o Brasil assina o Tratado, mas só em 1983, quando faz sua primeira expedição, passa a fazer parte do continente. Em 2012, 48 países são signatários do Tratado e 29 são consultivos, sendo que existem por volta de 70 estações científicas instaladas por lá.
Hoje, existem pesquisas na Antártica sobre prospecção de animais resistentes a raios ultravioleta, pois é onde o buraco da camada de ozônio mais afeta o ambiente; sobre o Icefish , único vertebrado que não tem hemoglobina no corpo; sobre os animais em geral que passam fome por seis meses no período do inverno quando se tem 24 horas de noite. Há pesquisa também sobre animais que suportam grande impacto, como os que vivem no mar e são esmagados por icebergs o tempo, mas não se afetam. Outro exemplo de animal que vem sendo pesquisado é o krill, alimento direto ou indireto de todos os animais da Antártida, que tem suas propriedades usadas para prevenção de acne, infecção, câncer, remoção de placas dentárias, entre outras.
O professor Edson encerrou sua palestra com as palavras do Dr. Metry Bacila: "enquanto a Antártica continuar sendo uma "República de Cientistas", então o continente continuará sendo o último refúgio da paz e do silêncio, onde o homem poderá ainda voar nas asas de suas mais nobres fantasias".
O segundo dia do ciclo de palestras do curso de Farmácia trouxe o professor do Instituto de Inovação Desenvolvimento e Aprimoramento de Pessoas e Empresas (Idape), João Victorino de Souza. Sua apresentação tratou da "Quebra de Paradigma - O Processo de Mudanças e Obtenção de Resultados".
João começou falando sobre a evolução do mundo e suas necessidades em cada época. Ele lembrou que a Era da Agricultura durou oito mil anos até que em 1760 teve início a I Era Industrial, marcada pela máquina a vapor. 110 anos depois chegou a II Era Industrial que trouxe o motor à combustão, seguida da Era Pós Industrial em 1950 e da era do conhecimento em 1990. A partir de 2000 passamos a viver a Era das Redes. A conclusão disso tudo é que a evolução vem acontecendo cada vez mais rápido.
Essencialmente, no século XXI, o ser humano precisa de relacionamento e professor João lembra que o relacionamento está dentro de cada um e só depende de nós mesmos. Entrelaçando suas falas, ele reforça que o bom funcionário entrega o trabalho esperado pela empresa, não importa o que necessite fazer, por isso a famosa frase "eu não sou pago para isso" não se aplica. Outro problema a ser administrado é a ilusão de que o aprendizado surgirá no mercado de trabalho; para ele lugar de aprender é na escola e na faculdade, porque o mercado exige resultados.
João Victorino finaliza sua fala dizendo o quanto alguns paradigmas nos impedem de crescer, por isso é necessário quebrá-los e ter a capacidade de desconstruir para aprender coisas novas. Como exemplo, apresentou o caso de um vendedor de celulares que foi a um programa de talentos cantar ópera e surpreendeu a todos ao superar seus problemas de autoconfiança e dar um verdadeiro show.
Por Izabella Campos Ocáriz Ascom/Fuvs
Confira a cobertura fotográfica do evento
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