Projetos experimentais de jornalismo são apresentados na Univás
Do dia 4 ao dia 6 de dezembro aconteceu a Semana de Projetos Experimentais do curso de Jornalismo da Universidade do Vale do Sapucaí (Univás). O Projeto Experimental é requisito parcial para a obtenção do título de bacharel em Comunicação Social - Habilitação Jornalismo e na Univás deve ser apresentado à comunidade acadêmica e aberto ao público.
Este ano foram três projetos apresentados sendo "De porta em porta" o livrorreportagem de autoria de Márcio Eduardo Borges. Em sua obra o acadêmico conta a história de Carmelino Massafera, um benfeitor com dom mediúnico nascido na cidade de Borda da Mata, sul de Minas Gerais. Carmelino ajudou diversas pessoas de variadas crenças religiosas e sua vida foi resgatada neste livro a partir de entrevistas que relembram seu cotidiano e sua importância. A orientadora do trabalho foi a coordenadora do curso de Jornalismo da Univás, professora Patrícia do Prado Marques Cordeiro e a banca examinadora foi composta pelas professoras Maria Eunice Godoy Machado Teixeira e Vânia dos Santos Mesquita.
Patrícia também orientou o videorreportagem testemunhal "Só por hoje" realizado pelos acadêmicos de Jornalismo Adenilson Félix, André Almeida, Ariana Barbosa e Jéssica Guerzoni. O co-orientador do projeto foi o professor Camilo Antônio de Assis Barbosa que agradeceu aos alunos e enalteceu o carinho nutrido pela Univás, Institução onde esteve por 18 anos. Parabenizou o grupo pelo desafio de trabalhar com a abordagem do uso de drogas, um tema tão difícil, ressaltando como esse é um trabalho no qual muitos que não tem voz na sociedade conseguem falar.
O vídeo "Só por hoje" aborda a vida de ex-usuários de drogas e se justifica pela relevância do tema. O público-alvo do trabalho são jovens, adictos, ex-adictos e famílias que passaram ou passam pelo problema com algum parente. A escolha do meio visual se deveu à maior atração do público por esse veículo de comunicação. A intenção do grupo é mostrar que existe vida após a droga e para tanto foram escolhidos sete dependentes químicos para as entrevistas; cinco da cidade de Pouso Alegre, um de Estiva e um de Bueno Brandão. Quatro profissionais também foram entrevistados.
O roteiro do trabalho é composto de seis partes: busca pelo prazer; fissura sem saída; recomeço; estou limpo; continuidade e hoje. Dessa maneira os próprios dependentes contam sua história, havendo relatos de usuários de álcool e entorpecentes.
Todos eles tiveram o primeiro contato com a droga na infância, o mais precoce com sete anos. Muitos deles moraram nas ruas e chegaram a beber combustível para carro em seus piores momentos. Um dos entrevistados diz que aprendeu a não subestimar sua doença, outro que o pior da droga era o mal que ela fazia para a família dele, um terceiro resolveu se doar para o próximo e assim superou seu vício, pois ele encontra felicidade na doação.
A psicóloga entrevistada fala do prazer imediato trazido pela droga e do controle necessário ao ex-usuário para não usar novamente o produto, pois a vontade é inerente a todos os ex-adictos.
Em suas considerações sobre o trabalho professora Vânia Mesquita lembra do empenho do grupo desde o começo e fala da ótima escolha do tema, já a professora Patrícia Cordeiro, a última a se manifestar, recorda o bom humor de Adenilson, persistência de Jéssica, perfeccionismo de André, loucura de Ariana e elogia imensamente o roteiro do grupo e a pauta utilizada para realização do trabalho. Ela ressalta que o vídeo tem enfoque diferenciado.
O trailer do documentário pode ser visto no endereço:
Por Izabella Campos Ocáriz Ascom/Fuvs
Confira a cobertura fotográfica do evento
De porta em porta
Márcio com a entrevistada Zilá, Fabíola Penido e José Roberto Balbino Alvarenga, membros da comunidade Vinhas do Senhor da qual Carmelino Massafera é patrono.
Márcio junto com Antônio Carlos, neto de Carmelino Massafera, e sua esposa, Elza.
Só por hoje
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