| Notícia da Fundação de Ensino Superior do Vale do Sapucaí
Data 17/04/2015 14:10:01
Rafael Simões participa de audiência da ALMG sobre os problemas enfrentados pelo HCSL

O presidente da Fundação de Ensino Superior do Vale do Sapucaí (Fuvs) participou de audiência pública da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa de Minas realizada na Câmara Municipal de Pouso Alegre na manhã desta quinta-feira, dia 16 de abril. Os deputados discutiram especialmente os problemas enfrentados pelo Hospital das Clínicas Samuel Libânio (HCSL), instituição mantida pela Fuvs e que é referência no atendimento em saúde da região. "Nossa instituição apesar de privada faz com carinho o que é de responsabilidade pública. Quando não recebo pelo o que estou fazendo estou assumindo parte do que é responsabilidade do governo. Por isso precisamos de soluções efetivas, chega de conversa e de estudos para isso ou para aquilo, precisamos de investimentos na saúde para que as pessoas mais carentes possam contar com serviços de qualidade. Esse é o objetivo do trabalho que fazemos no hospital porém estamos atendendo muito acima da nossa capacidade. Digo que os colaboradores do hospital são verdadeiros heróis para desenvolver o trabalho que hoje fazem. Estamos aqui hoje pois queremos mudanças, queremos transformar essa realidade triste da saúde", afirmou Rafael Simões.

A audiência pública atendeu o requerimento formulado pelos deputados Arlen Santiago (PTB), que é presidente da comissão, e Dalmo Ribeiro (PSDB). "Nossa preocupação com o Samuel Libânio é muito grande pois ele atende na macrorregião mais de 150 municípios totalizando 3 milhões de habitantes. Sabemos da importância do hospital e entendemos que sem ele a região não funciona no que diz respeito à saúde. Entendendo essa importância, quero parabenizar mais uma vez o presidente Rafael Simões que muito tem feito pela saúde e respeitado dignamente esse trabalho tão fundamental", disse Dalmo Ribeiro.

Para Arlen Santiago a saúde faliu no país porque o Governo Federal insiste em não remunerar adequadamente os procedimentos. A tabela do Sistema Único de Saúde (SUS), por exemplo, está a 15 anos sem reajuste para a consulta médica que é de R$10,00. "Viemos aqui para ouvir atentamente as demandas e leva-las ao Governo Estadual. Se continuar essa situação veremos o apagão da saúde que pode levar a morte de muito mineiros", avaliou.

Rafael Simões concordou com o deputado e presidente da comissão de Saúde. "Acredito que o primeiro passo para encontrarmos uma solução para saúde é admitir que ela está mal, está uma precariedade, e não ficar dizendo que está tudo bem. As autoridades políticas não estão fazendo o necessário para manter uma saúde decente para o povo, uma saúde com humanização, uma saúde de qualidade que eles merecem. A saúde que está escrita na nossa Constituição Federal. A partir do momento que reconhecemos que a saúde está um lixo podemos levantar a cabeça e procurar um rumo. A partir de agora poderemos agraciar e valorizar os funcionários desde o que limpa o chão até o médico que opera, aquele que apesar de tudo luta com todas as forças para cuidar bem dos pacientes. Já não queremos mais saber de quem são as responsabilidades, queremos soluções para poder oferecer uma saúde com dignidade para os mais necessitados", desabafou.

Ele também questionou o posicionamento da secretária municipal de saúde de Pouso Alegre, Giselly Gianini Pelegrini , que disse que a saúde no município vai bem, principalmente nos serviços de saúde primária. "Quando escutamos aqui dizer que a saúde primária do município vai bem eu pergunto porque que a porta do nosso pronto-socorro vive lotada todos os dias? Por que será? Fica a pergunta! Porém, quando as pessoas ficam até 12 horas esperando para serem atendidas jogam a culpa no Hospital, nos médicos, nos enfermeiros ou no vigia que está na portaria". Rafael mostrou com transparência todas as queixas que chegam à ouvidoria criada no hospital. Ele também falou sobre o extrapolamento de contratos e a falta de repasses para o hospital Samuel Libânio, dizendo que a instituição não recebe o pagamento pelos serviços prestados.

O hospital universitário atende pacientes de 153 municípios da região e realiza procedimentos de alta complexidade. Em 2014, foram quase 80 mil atendimentos pelo SUS, dos quais 15 mil eram casos urgentes e outros 31 mil eram de pouca urgência. O presidente do hospital relatou dívidas bancárias no valor de R$ 50 milhões, além de dificuldades em obter empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Segundo ele, o hospital só está funcionando graças à fundação que o mantém e ao refinanciamento obtido na Caixa Econômica Federal. "Nem o Estado nem o município assumem a dívida pelos serviços autorizados e prestados pelo hospital. Quem vai pagar nossos prestadores de serviço?", questionou.

























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