| Notícia da Universidade do Vale do Sapucaí
Data 08/05/2015 08:59:01
Seminário divulga e aborda temas de pesquisas do grupo Disenso

Pela primeira vez aberto ao público, o Seminário de Projetos realizado pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências da Linguagem da Universidade do Vale do Sapucaí (Univás) foi realizado na tarde desta quinta-feira, dia 7 de maio, para mostrar e divulgar parte das pesquisas desenvolvidas pelo grupo Disenso (Discurso, Sentidos e Sociedade) que foram realizadas desde 2012.

O Disenso é grupo de pesquisa que nasceu como um grupo de estudos dentro do curso de História. "Ele nasceu para pensarmos as questões de diversidade mas com as pesquisas desenvolvidas nós acabamos trazendo o Disenso para o Programa de Pós Graduação em Ciências da Linguagem e deslocamos da diversidade para o discurso", explica a professora Débora Massmann, que formou a mesa de abertura do evento juntamente com o vice reitor da Univás, professor Luiz Roberto Martins Rocha e a professora Andrea Silva Domingues, pró reitora de Pós Graduação e Pesquisa.

O Disenso é um grupo forte de pesquisa cadastrado no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ) que reúne pesquisadores da Univás e do país inteiro das universidades estaduais e federias do Pará, Paraíba, Maranhão, Santa Catarina, além das Universidade Estadual e Federal de Minas Gerais. "O objetivo do Disenso é pensar os discursos das e para as minorias. Então todos os tipos de minorias estão sendo refletidas dentro do Disenso, desde os grupos discriminados por questões de religião, de condição social, de raça, até aquele grupo discriminado por orientação sexual, de gênero, entre outros", esclarece Débora Massmann.

"O programa vai além da universidade. Nossa missão como pesquisa é discutir questões da diversidade conversando diretamente com a sociedade. O diferencial desse grupo é sair da academia e vamos para prática social. Cada pesquisador atua em um movimento. Temos pessoas que atuam com quilombolas indígenas, outros com movimentos contra a homofobia, com as trabalhadoras do corpo chamadas prostitutas, com crianças que tem dificuldade de aprendizado. São diversas áreas e estamos abertos para atender todo contexto social como órgão públicos, privados, ONGs, associações de bairro, por exemplo", conta a professora Andrea Silva Domingues.

Vários pesquisadores abordaram vários temas durante o evento. Por exemplo, o pesquisador Varlei Rodrigo do Couto da Universidade de Campinas (Unicamp) está desenvolvendo um trabalho sobre as prostitutas de Pouso Alegre. "Nas décadas de 60 e 70, foi feita na cidade uma campanha de moralização motivando tirar o prostíbulo da área central e levar para um espaço distante da cidade. O objetivo da minha pesquisa é perceber como elas reagiram à campanha e as estratégias criadas de resistências formadas por essas mulheres". Varlei trabalha inclusive com cartas e diários escritos pelas prostitutas na época. "Quando você trata o tema de sexo não é permitido que você fique estático e você é levado a conhecer muitas realidades para aperfeiçoar sua pesquisa através do contato social", avalia.

Já o pesquisador Guilherme Beraldo de Andrade da Universidade Estadual de Minas (UEMG) tratou do tema "Vaidade, Vaidade. Tudo é Vaidade", depois de analisar os depoimentos do deputado e pastor Marcos Feliciano."Ele é uma figura extremamente polêmica e para realizar uma análise mais pura procurei fugir de opiniões generalizadas. Fundamentei as análises nas teorias filosóficas e cheguei à conclusão que os discursos dele tem o objetivo dele ficar em evidência. Ele quer mais ficar em evidência do que propriamente defender alguma questão racista ou homofóbica", disse durante o seminário que contou com a presença de outros pesquisadores e professores como Marilda de Castro Laraia, Benedita Celeste e Joana Darc Rodrigues da Costa.