| Notícia da Universidade do Vale do Sapucaí
Data 20/02/2017 10:45:00
Professoras da Univás discutem autismo em curso de capacitação na França

As professoras do curso de Psicologia da Universidade do Vale do Sapucaí (Univás) Marcilena Assis Toledo e Rita Helena Rezek Nassar participaram no período de 22 a 27 de janeiro de 2017, do curso de capacitação do PREAUT Brasil e do Instituto Langage, em Paris, na França.

O curso abordou como tema o reconhecimento precoce de sinais de risco de sofrimento psíquico, especificamente autismo, em bebês no primeiro ano de vida. "Foi possível ver de perto os programas de intervenção que já estão implantados na rede pública de saúde em Paris. O programa de intervenção que segue o Protocolo PREAUT, previne precocemente a estruturação psíquica do autismo, como também problemas de visão, audição entre outros. Isso tudo numa idade muito precoce, ainda nos primeiros meses de vida. A clínica com bebês é algo novo e instigante. Este é um trabalho inovador, acima de tudo, um trabalho preventivo no qual estamos, desde o ano passado, investindo em nossa formação e com a pretensão de compartilhar com os colegas", afirma a professora Marcilena Toledo.

O encontro foi formado por oito integrantes, sendo eles psicanalistas e profissionais da área da educação, médicos e psicólogos em formação psicanalítica. Fomos acompanhados pela pós-doutora em psiquiatria infantil Érika Parlato, que é uma das coordenadoras do PREAUT Brasil, professora da pós-graduação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e também do doutorado na Universidade Paris VII.

As professoras da Univás fizeram visitas técnicas na Universidade Paris X, no Centro Médico Psicológico Charenton, na Unidade Vivaldi do Hospital Petié Salpetrière, para conhecer o funcionamento da estrutura oferecida para a intervenção com crianças, gestantes e familiares dentro da rede de saúde pública. "Também conhecemos o Ateliê Classe, um espaço pedagógico direcionado às intervenções com crianças autistas. Além de visitas nos consultórios particulares para discussões clínicas de profissionais de grande expressão, como a sensório motricista Murriel Chauvet, psicanalistas como Graciela Crespin e Myriam Szejer e a oportunidade de participar de um seminário oferecido pela Universidade Paris XIII, com Marie Christine Laznik e Érika Parlato na ALI - Associação Lacaniana Internacional", contou a professora Rita Resek.

A visita das professoras Marcilena e Rita servirá para aplicar ideias ao Núcleo de Inclusão e Acessibilidade (NInA) da Univás. "O NInA é um projeto de grande importância para a Univás. Seja para acolher os discentes que necessitam de um atendimento específico para suas necessidades e assim, o projeto educacional de inclusão seja mesmo uma realidade; como oferecer e fomentar junto aos docentes uma filosofia de formação continuada para que possam promover a autoformação, juntamente com sua identidade profissional. É fundamental atuar nas duas pontas, capacitando os profissionais seja da educação como das especialidades para que possam acompanhar o rápido desenvolvimento do conhecimento que hoje se produz. Assim, esses profissionais poderão realmente transmitir seus conhecimentos aos alunos que se formarão a altura dos profissionais que a instituição lhes oferece", disse professora Marcilena Toledo.

Outro desejo apontado pelas professoras é ter a oportunidade de trazer a capacitação do PREAUT Brasil para toda a comunidade de Pouso Alegre. "Seja para que os profissionais da saúde, dentro ou fora da rede de atendimento, possam ser capacitados com este procedimento - Protocolo PREAUT - de reconhecer sinais precoces de risco de sofrimento psíquico; seja para que os profissionais da educação da rede pública, municipal, estadual e particulares tenham contato com mais uma ferramenta para a realização de seu trabalho com as crianças da inclusão. E principalmente, para a população em geral, especificamente famílias que dependam das políticas de inclusão conheçam novas formas de intervenção que hoje, já lhes podem ser oferecidas. É um direito de escolha e autonomia", finaliza a professora Marcilena.