| Notícia da Universidade do Vale do Sapucaí
Data 29/05/2017 10:43:01
Acadêmicos de Medicina participam do Movimento Antimanicomial junto da Secretaria Municipal de Saúde

Os alunos do 2º Ano do curso de Medicina do Módulo Saúde Mental participaram das atividades do Movimento Antimanicomial no dia 18 de maio. As ações realizadas pela Secretaria Municipal de Saúde de Pouso Alegre contaram com várias atividades, dentre elas a participação dos alunos de Medicina do eixo Saúde Coletiva, e uma caminhada pela cidade, com a presença de usuários, profissionais e familiares.

Acompanhados pela professora Ana Cláudia Gonçalves, os alunos realizaram atividades com os usuários do CAPS Aldeia Viramundo e do CAPS ad Novo Caminho, dispositivos do município que atendem a pessoas com transtornos mentais graves e com transtornos decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas. "O movimento, ocorrido em 1987, buscou uma reformulação na assistência psiquiátrica brasileira e a efetivação do movimento da reforma psiquiátrica, que transfere o foco do tratamento na instituição hospitalar para uma Rede de Atenção Psicossocial, estruturada em serviços abertos e comunitários, como os Centros de Atenção Psicossocial - CAPS", explica a Gerente de Saúde Mental, professora Ana Cláudia Gonçalves.

Nas oficinas realizadas pelos alunos foi abordado o tema "O que é ter saúde mental", promovendo a reflexão sobre o tratamento em liberdade, o apoio familiar, assim como a expressão dos sentimentos dos usuários ali presentes. Segundo os acadêmicos, as atividades possibilitaram a maior interação com os usuários do serviço.Para o acadêmico Lucas Carillo, a atividade foi muito propícia para o momento, pois pode perceber que a necessidade de falar, de expor o sentimento é pertencente a qualquer tipo de pessoa independente dos seus vícios ou qualquer distúrbio psicossocial. "Só depois de conhecer um pouco sobre o trabalho que o CAPS realiza pude perceber o impacto que ele causa na vida daquelas pessoas. Todos que conversei frisaram o fato do CAPS ter mudado suas vidas. Hoje eles podem se socializar com a sociedade, fazem trabalhos artesanais, tomam banho, café da manhã, almoço e café da tarde no CAPS, organizam passeios em outras cidades, assistem palestras, têm atendimento médico, psicológico, são acompanhados e orientados por diversos profissionais da saúde, ou seja, o CAPS consegue proporcionar a eles dignidade", conta.

Lucas também falou sobre a caminhada realizada durante evento. "A caminhada antimanicomial fez todo o sentido pra mim e hoje vejo que é de extrema importância. Muitas das pessoas que tem algum tipo de sofrimento mental são extremamente controláveis, sociáveis, com algumas limitações é claro, que exigem certo manejo por parte dos profissionais, porém são totalmente contornáveis. É muita falta de compaixão e humanidade colocar num hospício ou manicômio alguém que não escolheu ser assim ... O pouco do trabalho que presenciei dentro do CAPS mudou minha percepção sobre essas pessoas, me abriu os olhos em relação as dificuldades que eles enfrentam e me causou admiração com os profissionais que se dedicam a eles de uma forma tão humana e próxima", declara.