Acadêmicos do curso de Publicidade e Propaganda da Univás trabalham na criação da identidade da marca do projeto social “Fuxiqueiras da Vendinha” desde o último semestre de 2024. “Nossa participação consistiu no desenvolvimento de uma proposta de identidade visual para o projeto, contemplando marca, manual de identidade visual e peças aplicadas, como cartões, crachás, ecobags, flâmulas e materiais para redes sociais. O trabalho foi fundamentado em uma pesquisa qualitativa, realizada com mulheres da comunidade, que permitiu compreender as percepções sobre o artesanato, o voluntariado e o papel social do grupo”, explica a aluna Júlia Ramos Silva.

O projeto Fuxiqueiras da Vendinha é uma iniciativa desenvolvida por artesãs do bairro São João, em Pouso Alegre que recebeu a parceria de alunas Angélica Silva Moreira, Júlia Ramos Silva, Larissa Garcia Rocha, Manoela Fiuza Aquino Morais dos Santos, Rhaissa Karolina Amaro Almeida, Sabrina Sofia Marques, Thayssa Freitas da Silva, e Virgínia Maria de Oliveira Santos do curso de Publicidade da Univás. “Criado originalmente em 2017 por moradoras da comunidade, o projeto tem como propósito valorizar a cultura local, preservar memórias e fortalecer laços comunitários por meio do artesanato”, conta a aluna Júlia, que apresentou o projeto durante o Conecta Proex realizado na Unidade Fátima.
A nova identidade visual reflete a essência das “Fuxiqueiras da Vendinha”: alegria, criatividade, acolhimento e resistência cultural, visando ampliar o reconhecimento do projeto dentro e fora da comunidade. “As cores principais (rosa e amarelo) foram escolhidas por transmitirem leveza, energia e dinamismo, características que representam tanto o processo artesanal quanto o espírito colaborativo, em grupo. O rosa reforça a sensibilidade e a presença feminina no projeto, enquanto o amarelo simboliza vitalidade e a força das histórias preservadas ao longo das gerações. A tipografia adotada combina modernidade e delicadeza, utilizando uma fonte de traços arredondados que remete ao gesto manual do fuxico e ao movimento orgânico dos tecidos”, ressalta a acadêmica Júlia.
No mais, a ação destaca como o design e a comunicação podem atuar como ferramentas de transformação, além de ser um fator fundamental no fortalecimento da sua presença como um símbolo vivo de memória, tradição e criatividade coletiva.
A origem do fuxico no Brasil remonta ao período colonial no Nordeste, onde mulheres escravizadas criaram a técnica para reaproveitar retalhos de tecidos, especialmente dos vestidos de suas patroas. Elas se reuniam para costurar e aproveitar o momento para conversar e compartilhar fofocas, o que deu origem ao nome "fuxico".

