A professora da Univás, Gabriela Boscariol Rasera, que é cientista de alimentos, se destacou a nível nacional, quando dedicou seis anos de estudo e pesquisa para defender sua tese sobre os grãos de mostarda como fonte de compostos com propriedades antioxidantes baseado nos processos de germinação, extração e identificação. A tese obteve grande relevância na área alimentar, culminando inclusive com participação recente da educadora no programa Globo Repórter da Rede Globo.
Gabriela é formada pela Universidade de São Paulo (USP), em Piracicaba (SP). Em 2017, foi para a Unicamp, onde fez seu mestrado e doutorado na mesma linha de pesquisa. Ela conta como foi o processo da pesquisa que obteve destaque nacional. “Eu aplicava germinação, colocava um grãozinho lá para germinar, e aí estudei até as melhores condições para isso, para ver o efeito da germinação nos compostos, então, bioativos. Então, nosso foco eram os antioxidantes. Eu estudava qual era o antioxidante que estava presente, se ele tinha algum efeito depois da digestão, pois muito do que consumimos, acaba não chegando no tecido alvo. Dessa forma, a gente acaba perdendo um pouco dessa bioatividade, que é o que interessa. Então, eu fiz uma simulação da digestão no laboratório pra ver se esses compostos encontrados no grão de mostarda chegavam até o final. Após estudos e pesquisas conseguimos comprovar tudo isso”, explica.
Segundo a dra. Gabriela, com o uso de grãos de mostarda, a digestão acaba melhorando, porque libera mais compostos. “Sugerimos, então, essa forma de consumo, que é o grão germinado, que potencializa muito esses compostos bioativos. Ele age como anti-inflamatório, anti-hipertensivo, diabético, mas não é um alimento milagroso. Importante ressaltar que a germinação potencializa esses efeitos e o grão de mostarda é um ingrediente rico em antioxidantes”, esclarece.
A professora da Univás analisa que, com o estilo de vida contemporâneo, é muito bom aumentar o consumo de antioxidantes. “Convivemos com os aumentos de radicais livres. Então, o problema não são os radicais livres, na verdade, e sim o excesso deles, pois nosso organismo não dá conta. Então, todos nós temos uma enzima antioxidante, mas como estamos aumentando muito radicais livres, com medicamentos, estresse, poluição, entre outros, surge esse desarmonia que chamamos de estresse oxidativo, que causa várias doenças crônicas. Por isso, recomendamos o aumento de consumo de antioxidante”, conta Gabriela, que leciona na Univás desde o início deste ano.
Quando estava concluindo o doutorado, Gabriela começou a atuar na empresa Nestlé, em Araras (SP). “Com eu sempre gostei muito de sala de aula, quando surgiu a oportunidade da Univás decidi experimentar esse novo desafio e tive a certeza de que era o caminho a seguir.Eu entrei pelo curso de Nutrição, onde leciono na disciplina de Análise e Tecnologia de Alimentos e Microbiologia de Alimentos, que são os três pilares de ciência dos alimentos. Recentemente, eu atuo também na disciplina Bromatologia no curso de Farmácia da Univás”, conta a professora, que atualmente mora em Itapeva (MG).
Sobre a professora Gabriela Boscariol Rasera
Ela é cientista de Alimentos formada pela USP, Mestra e Doutora nesta mesma área, pela UNICAMP. Especialista em "Inovação em Alimentos e Bebidas" pela Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS). Possui graduação sanduíche na França, em Bordeaux, por 11 meses, além de estágio no "Institut des Sciences de la Vigne et du Vin" realização de disciplinas do curso de especialização em "Nutrição e Saúde Humana".